Adiel Luna,repentista e vocalista da banda Cantilena, e Arnaldo Ferreira, Repentista, concederam uma entrevista para o Jornal Cultural na última sexta-feira (18 de maio), no evento Cantoria Declamatória, realizado na Casa da Cultura no bairro de São José, o “Cantoria Declamatória” é um projeto de Allan de Sales que teve estréia na ultima sexta (18);e que tem como objetivo levar a poesia popular ao grande público.
Jornal Cultural: - Qual o objetivo do projeto Cantoria declamatória e como foi surgiu essa idéia de vocês?
Adiel Luna: - O projeto nasceu por conta desse problema, essa carência toda que a população tem, em relação à cultura, como nós também poetas não temos espaços para nos apresentar. Os Poetas Allan Sales e Chico Pedrosa conversaram; e foi quando surgiu toda essa idéia, do projeto, e sugeriram que formássemos esse grupo todo, com poesias matutas, repentistas, entre outros, para fazer uma excursão pelas escolas municipais e estaduais; hoje aqui, como dizem foi à mão na roda. Hoje foi o ponto inicial do nosso projeto e vai continuar rolando de 15 em 15 dias, todas às sextas; e em breve estaremos partindo para as escolas.
Jornal Cultural: - E Já tem alguma escola com data marcada?
Adiel Luna: - Bem, esse projeto ainda está sendo discutido, estamos analisando algumas, para partimos com a caravana. Mas hoje já recebemos propostas de umas escolas em Camutanga. A nossa idéia é sair pelas as escolas divulgando todo o nosso projeto; e levar tanto para escolas do interior, como também para área metropolitana, da rede pública e também para as particulares. Pessoal tem uma carência disso e o nosso projeto não é só das escolas públicas, mas também das particulares.
Jornal Cultural: - Nesse primeiro contato, nessa primeira experiência, o que foi que você achou do público?
Adiel Luna: – Muito Bom.Por ser um local onde transita muita gente, facilita muito,bastante.Mas o pessoal que veio parou, ouviu, aplaudiu; e com certeza saiu daqui levando uma idéia interessante e absorvendo muita coisa do que a gente quer passar.Se a gente não conseguir esse resultado, que é o pessoal absorver, um pouco mais da nossa cultura e sair espalhando por ai: Pô, ta rolando um negócio massa lá na casa da cultura, tem uma banda massa se apresentando...Rapaz eu conheci um camarada que é daqui e que nunca ouvir falar,o cara contando umas histórias engraçadas.Então, o que acontece? Se a gente não conseguir nada disso, a gente não conseguiu nada.Eu tenho certeza que a gente obteve esse resultado hoje. Muita gente veio cumprimentar, falar, e elogiar. Então para a gente é muito.O público foi excelente, não podia ser melhor.
Jornal Cultural: – A idéia do evento foi perfeita, muito bem bolada, por que junta essa turma mais experiente com vocês que estão começando agora.Conta pra gente qual é a sensação?
Adiel Luna – Você imagina o que é pra mim estar aqui hoje? Eu tenho 22 anos, não vou dizer que é pouca coisa, pois 22 anos já é muita coisa. Mas eu tô muito novo ainda e a gente aqui no meio dessas “Raposas”, dessas cobras – criadas. Agradeço o convite que veio de Alan e dos outros poetas, pra justamente fazer essa ponte.Um jeito diferente de você chegar ao pessoal com o mesmo tipo de cultura; você tem aqui: Chico Pedrosa, dispensa comentários; Arnaldo Ferreira,meu pai;Alan Sales ,que tem uma grande trajetória na área de música,como compositor e cordelitas; Tales Ribeiro,músico,compositor e poeta. Quer dizer um pessoal da nata mesmo.Fora o pessoal que veio da uma palhinha como: Josildo Sá e outros que por aqui passaram.
Arnaldo Ferreira, pai de Adiel Luna.
Jornal Cultural: - Como é a relação entre pai e filho, fazer a cantoria em família?
Arnaldo Ferreira: - É boa por que, eu comecei a cantar quando era adolescente, depois deixei a cantoria e fui trabalhar, estudar; eu me desentrosei com a profissão de cantoria, mas é coisa do sangue né? Eu já herdei de uns parentes meus; o meu pai e meu avô eles não cantavam, mas eu tenho primos que cantam, e agora surgiu Adiel e eu o incentivei.A gente canta junto, a gente brinca em casa modalidade de viola e ele comprou a viola e hoje a gente tá por ai se apresentando. E aqui hoje foi excelente né? Já começou bem né? E com a divulgação, que a propaganda é alma do negócio, o projeto começou com o pé direito.
Jornal Cultural: - Como é hoje tá dividindo o palco com seu filho?
Arnaldo Ferreira: - É bom né? Que a gente se familiariza, é família em casa, e no palco a gente se entende bem. E eu fico orgulhoso quando ele diz que puxou a mim né? Se ele puxou a mim, graças a Deus, é uma pessoa honesta, assim como eu. E hoje canta como eu, a gente combina tudo direitinho e é muito bom!
Jornal cultural: - Além de dividir os palcos vocês também dividem o programa na rádio Camará, em Camaragibe, fala um pouco do programa de vocês:
Arnaldo Ferreira: - O programa ta nascendo agora, estamos na terceira apresentação. O tempo é curto, apenas uma hora, devido ao horário lá que já está preenchido, mas temos a esperança que o nosso programa passe para duas horas de duração, pra gente se expandir mais, conquistar mais gente. O programa começou bem, o pessoal começou a ligar e dar os parabéns, e pedir mote, pedir canção e a gente ta bem feliz. E futuramente estaremos com duas horas e pedimos que vocês apareçam por lá para prestigiar e ouvir o verso, o repente ao vivo na rádio Camará.
Adiel Luna:
Jornal Cultural: - Como a gente faz para encontra o trabalho de vocês poetas?
Seus Cordéis, Poesia matuta, entre outras formas de manifestações Culturais:
Adiel Luna: - Hoje em dia com avanço da internet você se informa de tudo. Então, você chega no orkut e procura lá a comunidade Unicordel (União dos Cordelistas de Pernambuco), que é encabeçada por Allan Sales e Honório. E você acessando a Unicordel, você encontra todos os cordéis lá. Além de todos os sábados no mercado da madalena, o recital eclético, chegando lá a partir do meio-dia, rola chorinho, declamação, Cantoria, embolada. Tem de tudo.
O Jornal Cultural: - Fala um Pouco também do teu outro projeto, a banda Cantilena, já tem show marcado?
Adiel Luna: - É verdade, a Cantilena que mistura poesia Matuta com forró, com elementos do repente.Nós da Cantilena estamos fechando uma proposta com Pastor, lá do Quintal do Lima, em Santo Amaro, de pegar um ou dois meses de temporada na casa. Estamos gravando também um material para divulgação, e quem sabe fechar uma “história” por lá no quintal do Lima durante o São João. (kkkkkkk).
Jornal Cultural: - O Jornal Cultural sempre deixa um espaço para os artistas falarem o que quiserem.Vocês querem acrescentar mais alguma coisa?
Adiel Luna: - Eu trabalho com música faz sete anos, com cantoria de três anos pra cá. A gente tem uma carência muito grande de espaço. O pessoal às vezes não tem muito acesso a esse tipo de trabalho, a cantoria de viola. Puxando a sardinha para o meu lado, é aquele tipo de coisa: Ou você pára e escuta, ou nunca vai gostar. Vai dizer que é coisa de velho, cantando aquelas besteiras. Você sempre vai ter sempre esse tipo de visão. Então, eu queria chamar atenção das pessoas para a cultura popular, a poesia de viola, a poesia declamada, a poesia matuta, que são artes belíssimas e eu diria a mais verdadeira. A cantoria de viola traduz o sentimento mais real. O cantador de viola, sempre que tiver inspirado, vai sair uma coisa boa; se ele não tiver, vai ser sai uma coisa mais fraca. Porque a cantoria de viola traduz o sentimento que o cantador tem na hora, não tem nada ensaiado, programado, é tudo naquele momento. Então, eu peço que o pessoal abra os olhos e os ouvidos para ouvir os cantadores de viola e ficar atento a oralidade da gente, essa riqueza que temos e que é tão grande.
Arnaldo Ferreira: - Eu quero dizer nesta feita, para os jovens e os mais velhos como eu e toda classe, que não olhe para trás, para o lado, mas olhe para cima e confie em Jesus que ele é o nosso Redentor, e não tenha medo de nada, siga em frente; e eu incentivo a música, a arte e a cultura; e para as pessoas que abordam essa idéia e que estão dentro desse plano da valorização da cultura.
Confira alguns Links:Comunidade da Cantilena:http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=14942082
Comunidade da Unicordel:http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=16480679
Por: Tarcisio Camelo e Afonso Bezerra