domingo, 19 de novembro de 2023

Leituras de domingo: livro Afrofuturo - Ancestral do amanhã

 


O início das manhãs de domingo com os cantos dos passarinhos, o farfalhar das folhas e o silêncio de uma cidade sossegada tem trazido boas inspirações de leitura. E sempre que posso tenho iniciado novas histórias nas manhãs dominicais. Às vezes você se envolve tanto com livro que termina no mesmo dia, às vezes as agendas do domingo podem adiar o prazer da leitura para outra data, às vezes o cansaço da semana bate e o corpo acusa que precisa descansar, às vezes a própria leitura pede um descanso para que a imersão seja mais intensa, mas sempre que posso, no domingo, aproveito o sossego do início da manhã para iniciar uma boa história. Sendo assim, de forma despretensiosa, vou compartilhar aqui no Jornal Cultural, que anda um pouco parado, as experiências que tive ao ler os livros escolhidos nas manhãs de domingo e vou compartilhar breves relatos por aqui com indicações de livros.


Para começar gostaria de compartilhar a experiência de leitura do domingo: “Afrofuturo - Ancestral do amanhã”, livro infantil do escritor Henrique André e ilustrações de Tutano Nômade. O livro foi publicado pela Kitembo Edições Literárias do Futuro, que para mim foi um grande achado na Bienal do Livro de Pernambuco de 2023. A Kitembo Edições Literárias do Futuro é uma editora que produz, publica e distribui livros de literatura negra no campo da fantasia, horror, ficção científica, novelas e afrofuturismo com autores de São Paulo, mas que também traz escritores de vários cantinhos do Brasil. Na Bienal do Livro de Pernambuco, era o próprio Henrique André que estava na barraca da editora e apresentou para mim a sua obra e as outras tantas disponíveis no catálogo da editora e entre as conversas acabei descobrindo que Henrique André, apesar de já morar muito tempo em São Paulo, é pernambucano de Petrolina. 


O livro “Afrofuturo - Ancestral do amanhã” conta a história de uma professora que conversa com sua turma sobre o futuro e a perspectiva do sonhar. Ela quer saber: “no futuro, como a criança se vê?”. Desta forma, o texto literário traz à reflexão de uma visão de futuro das crianças pretas, que elas possam sonhar, planejar seus próprios futuros. E é apresentado de uma forma bem lúdica diversas possibilidades de sonhar, inclusive o afrofuturismo. O livro aborda o Futuro ancestral e o entendimento de que o nosso tempo começou com quem veio antes de nós e é no hoje que nos tornamos “ancestrais do Amanhã”. A leitura do livro é bem confortável e fluida, pois conta com uma boa composição entre a ilustração e as palavras rimadas que nos faz viajar junto com as crianças em seus relatos do que eles querem ser no futuro. O livro ainda conta na última página com um qr code que te transporta para um audiobook no formato de uma mediação de leitura composta por Magno Rodrigues na locução e Vanderson Satiro na produção, gravação, mixagem e masterização no Guazuma Estúdio. A mediação de leitura conta com uma trilha sonora envolvente que estimula ainda mais a imaginação para viajar com as crianças em suas possibilidades de futuro.