terça-feira, 7 de outubro de 2008

Banda Sinfônica do Recife comemora 50 anos com estréia em disco

Aos 50 anos, a Banda Sinfônica da Cidade do Recife (BSCR) faz sua estréia em disco, com lançamento nesta terça-feira (07), às 20h, em concerto no Teatro do Parque. A longa espera não foi à toa. Desde 2002, sob o comando do Maestro Nenéu Liberalquino, a BSCR vive um momento especial em sua história, tendo alcançado, graças ao grande incentivo da Prefeitura do Recife na gestão João Paulo, a excelência necessária para transitar com primazia do repertório erudito ao popular – como se espera de uma formação instrumental de sua natureza. O disco não só contempla os 50 anos, mas também representa o trabalho desenvolvido nos últimos seis anos e que teve o apoio irrestrito da Prefeitura do Recife, comemora Liberalquino, que no CD dividiu a produção musical e artística com Zé da Flauta.As mudanças promovidas na BSCR de 2002 para cá tiveram como objetivo dotá-la efetivamente do caráter sinfônico. Ampliamos a instrumentação para ter um melhor equilíbrio e poder executar um repertório mais diverso. Com isso houve uma redefinição do perfil da Banda, que antes se dedicava quase que exclusivamente a composições de música popular, explica Nenéu Liberalquino, regente titular e diretor artístico. O processo de reestruturação instrumental e reorientação artística foi acompanhado, ainda, pela realização de concurso público para contratação de novos músicos, a conquista de isonomia salarial – entre os integrantes da Banda e da Orquestra Sinfônica do Recife – e a incorporação oficial do termo Sinfônica no nome – proposto pela Prefeitura do Recife e aprovado pela Câmara Municipal. Ampliamos o naipe de flautas, que passou de duas para oito; inserimos o contrabaixo acústico, o clarinete alto em Mi bemol e mais um bombardino. Agora incorporamos ao repertório peças de jazz, trilhas sonoras, composições e arranjos especialmente criados para bandas sinfônicas. Sediada no Teatro do Parque, a BSCR faz uma média de 40 apresentações por ano. Seu período de atividades vai de março a dezembro, com concertos oficiais na última quarta-feira de cada mês.O concerto desta terça-feira, que marca o lançamento do CD Banda Sinfônica da Cidade do Recife – 50 Anos, terá entrada franca. O roteiro será basicamente o mesmo do disco, apenas com a ausência dos convidados Teca Calazans, Toninho Ferragutti e Proveta (Nailor Azevedo, líder da Banda Mantiqueira), que não poderão vir ao Recife. No CD, a cantora pernambucana radicada na França interpreta Melodia Sentimental (Villa-Lobos/Dora Vasconcelos). Ferragutti (acordeom) e o clarinetista e saxofonista Proveta, dois dos maiores virtuoses entre os instrumentistas brasileiros, participam como solistas das faixas Fogoió (de Luiz Guimarães, com arranjo primoroso de Clóvis Pereira) e Maluquinho (José Menezes), respectivamente. Todos os demais convidados do disco estarão no palco do Teatro do Parque: Arimatéia Veríssimo (sax soprano) e Costa Filho (sax tenor), integrantes do grupo paraibano JP Sax, travam diálogo em Segura Ele (de Pixinguinha e Benedito Lacerda, com arranjo de Spok); o maestro Edson Rodrigues participa em um medley em homenagem a Tom Jobim, que inclui Dindi e Chovendo na Roseira; o também maestro e craque do bandolim Marco César está em Bebê (de Hermeto Pascoal, com arranjo de Nilson Lopes); enquanto Ângela Luz e Gonzaga Leal, as outras duas vozes do disco além de Teca, interpretam Eco-Capibaribe (Deusdete Ferro) e Assum Branco (José Miguel Wisnick), respectivamente. Entre os solistas do disco, merece destaque Fabinho Costa, músico integrante da BSCR, que extrai um timbre surpreendentemente suave do seu trompete em Recife, Cidade Lendária (Capiba) e no medley de Tom Jobim.Agora com perfil efetivamente sinfônico, a BSCR cumpre seu propósito de valorização da música pernambucana de maneira plena, em razão da maior versatilidade adquirida. O time de arranjadores escalado para o disco comprova este fato. Estão no CD grandes mestres da música local como Ademir Araújo, Clóvis Pereira, Duda e Edson Rodrigues; ao lado de jovens valores como Nilson Lopes, Marcos FM e Spok. Respondendo pela direção musical e regência do disco, Nenéu Liberalquino assina o arranjo do medley Gonzaga em Tom Maior, que dá vestimenta sinfônica aos clássicos Asa Branca, Baião e A Volta da Asa Branca. De fora do Estado, vale ressaltar a contribuição de Hudson Nogueira, um dos maiores arranjadores brasileiros para bandas sinfônicas, que foi capaz de dar cores novas a Leão do Norte (Lenine/Paulo César Pinheiro), composição que já virou hino oficioso de Pernambuco. A única presença estrangeira no trabalho é o norte-americano Herbert L. Clarke, autor do arranjo para a abertura da ópera O Guarani, de Carlos Gomes, que inicia o disco.O disco Banda Sinfônica da Cidade do Recife – 50 Anos estará disponível para download no sites da Prefeitura do Recife (http://www.recife.pe.gov.br/) e do Maestro Nenéu Liberalquino (http://www.neneuliberalquino.com/) a partir desta terça-feira (07), dia do lançamento e do aniversário da Banda, que foi fundada precisamente em 07 de outubro de 1958, pelo então prefeito Pelópidas Silveira. Inicialmente formada por 34 músicos, hoje a BSCR conta com um corpo de 78 profissionais, dentre os quais 70 músicos no palco, além do seu regente titular e diretor artístico, Nenéu Liberalquino.




Fonte: Diário Oficial da prefeitura do Recife

2 comentários:

Anônimo disse...

A omissão do meu nome na história da BSCR como regente - 1979-1983-, foi constragedora para mim que dediquei mais de quarenta anos ao grupo. Fundador, entrei por concurso e fui músico, arranjador e regente, tendo cumprido tais funções dando o melhor de mim. Todos esses anos foram de um trabalho simbiótico, haja vista que não esqueço o quanto a Banda me fez crescer mas, não abro mão da minha participação nessa história. Qualquer pessoa que saiba sobre a Banda, não ignora o quanto dei de mim, enquanto lá estive, saindo depois de quarenta anos de trabalho. Quem nega essa minha participação o faz por desconhecimento ou preconceito. Como jornalista que sou, também, sei que os documentos devem contar a verdade aos pósteros para que a História seja, sempre, fonte confiável e seja o legado que quero deixar aos meus descendentes, já que não lhes deixarei bens materiais.

Edson Rodrigues

Anônimo disse...

A omissão do meu nome na história da BSCR como regente - 1979-1983-, foi constragedora para mim que dediquei mais de quarenta anos ao grupo. Fundador, entrei por concurso e fui músico, arranjador e regente, tendo cumprido tais funções dando o melhor de mim. Todos esses anos foram de um trabalho simbiótico, haja vista que não esqueço o quanto a Banda me fez crescer mas, não abro mão da minha participação nessa história. Qualquer pessoa que saiba sobre a Banda, não ignora o quanto dei de mim, enquanto lá estive, saindo depois de quarenta anos de trabalho. Quem nega essa minha participação o faz por desconhecimento ou preconceito. Como jornalista que sou, também, sei que os documentos devem contar a verdade aos pósteros para que a História seja, sempre, fonte confiável e seja o legado que quero deixar aos meus descendentes, já que não lhes deixarei bens materiais.

Edson Rodrigues